minha versão da Casa da Barbie
- Beró Arquitetura
- 1 de ago. de 2023
- 3 min de leitura
O lançamento do filme da Barbie provocou lembranças nostálgicas e agora se encaminha pra um enjoo do rosa, afinal, ela brota em qualquer lugar.
Fui assistir ao filme e acho que não cabe exaltar o cenário impecável, afinal, essas interpretações estão sendo bem feitas em vários outros sites.

(Sim, o cenário é impecável).
Vim contar das minhas lembranças e como era minha relação com a Barbie. Ou melhor, com a casa da Barbie.
Eu não tinha a casa da Barbie dos sonhos. E na vida real, apesar de ter tido uma infância muito boa, passei por perdas bem significativas. Quando meu pai faleceu, minha vida mudou bastante e passei por alguns anos sem uma casa - morando na casa da minha avó ou de uma tia. E tudo que eu tinha como referência de casa dos sonhos era uma caixa de mudança com alguns cômodos da Barbie pra montar, que eu herdei de uma prima mais velha... e vários outros cacarecos que não eram da Barbie mas se tornavam.
E eu passava horas montando cada cômodo. Eu não ligava tanto pra Barbie na real. Eu era obcecada pela casa dela. Eu repartia os ambientes com barbante, arrumava a cristaleira com todas as micro louças dentro. A cama com travesseiros. Eu não era muito alternativa na organização da casa, eu queria uma casinha bem tradicional.
Depois de assistir o filme, buscar no google por peças da casa da Barbie e acessar memórias esquecidas me dei conta de como essa minha mini versão construiu uma base para a profissional que eu sou hoje.
Eu busquei, no auge dos meus 7 - 8 anos, um lugar no mundo que me acolhesse no meio de várias perdas. Uma casa com sala, cozinha, quartos, piscina...e depois de arrumar a casa inteira, obviamente já estava exausta e deixava aquela bagunça toda espalhada.
Hoje eu sei que quando alguém senta junto comigo para me contar como sonha que seja o seu espaço no mundo, eu me identifico e faço de tudo pra abraçar esse sonho como se fosse meu. Como se fosse a minha casinha da Barbie.
Muitos arquitetos da minha geração jogavam The Sims. Nunca me identifiquei com essa história. Agora eu entendi da onde veio minha vontade de ser arquiteta, mesmo sem nunca ter nem conhecido outra profissional dessa área quando criança.
No final das contas tudo é projeção de algo que passamos. Conseguir entender essas origens é muito legal, porque também me lembra porque eu faço o que faço. Porque pra mim não faz sentido um nicho de arquitetura que não seja criar espaços para as pessoas, para os sonhos das pessoas.
Poderia aproveitar o gancho e falar pra ti me chamar pra construir tua casa dos sonhos, mas não vou kkk. Compartilhei uma gaveta muito pessoal da minha vida aqui, deixo o convite aberto caso tu queira compartilhar comigo também!
Buscar essas fotos no google foi muuuito divertido!!
A minha sala de jantar não era tão completa assim, mas eu tinha umas micro louças (fora de escala) que entravam pra jogo também!!


O closet era tuudooo na minha vida. Eu tinha um vestido que ocupava ele inteiro kk

Por isso era necessário mais um armário:

O mais chique de tudo era a piscina, que raramente era enchida de água, só no verão mesmo.

E a sala com referências arquitetônicas da poltrona mole do Sérgio Rodrigues que eu mal sabia! hahaha

Obrigada por estarem aqui! Beijos, Rafa!!
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